13 junho 2011

Tari

era uma vez, um mundo conhecido como Tari. lá os seres que o habitavam se comunicavam por meio de pés flexionados, braços estendidos, joelhos dobrados, e mão retas. cada pequeno movimento tinha um significado. o passar da cabeça por entre os braços, o estender de uma perna e o dobrar dos braços, o andar de forma lenta e suave, o alternar da meia-ponta e do flex.
além da linguagem corporal, as expressões faciais compunham o vocabulário dos tarianos, e por isso pouco se era dito, mas muito se era demonstrado. no mundo de Tari o vestuário era o menos importante depois das palavras. corpos nus, seminus, muito cobertos, pouco cobertos... corpos se espalhavam e se movimentavam pela superfície. corpos dançavam. os olhos era o principal ponto de atração sexual entre os parceiros de mesma espécie. era por meio deles que se descobria a historia de vida de cada um. era por meio deles que se via a alma.
cada passo pra frente, um caminho diferente, cada expressão feliz, o brilhar dos olhos, um brilhar da alma. cada sorriso aberto, um acelerar de corações e sensações.
Tari ficou muito conhecido pela galáxia por abrigar o mais bonito dos povos. quando chegava a noite e a lua iluminava o planeta, o universo parava para ver os tarianos dançando. dançando a mais bonita das danças. deitados no solo, de pernas para cima, flexionando seus pés e mexendo seus braços, rodando a cabeça e sentindo as emoções traspassarem o seu corpo físico.
o mundo de Tari, nunca foi capaz de mostrar a sua beleza para povos diferentes daqueles que habitavam a imaginação de uma pequena garotinha. mas era possível, dentro dos olhos dela, avistar o mundo iluminado dos tarianos. o mundo da felicidade. os tarianos agora se encontravam por todas as partes de seu corpo, enquanto se apresentava para a melhor plateia: sua mãe e seu pai.

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