28 agosto 2011

um dia

um dia, um amigo meu já falecido me disse que eu tinha o coração maior do mundo. que eu era capaz de ver os seres humanos como animais e os animais como seres humanos e ama-los igualmente. não sei te dizer se era realmente um elogio, mas posso dizer que a parte de colocá-los no mesmo patamar é a mais pura verdade. hoje eu acordei ansiosa esperando notícias da minha melhor e mais fiel companheira. nada. ela sumiu já faz uns dias, e eu me sinto a pessoa mais impotente do mundo.
minha avó veio me falar que ela deve ter achado uma casa melhor pra ficar, e pra fazer uma criança feliz como ela me fez. sabe o que respondi? "não quero saber de criança NENHUMA, ela é minha! eu quero ela aqui comigo!". é lógico que todos que se manifestaram foram contra o meu argumento. ouvi reclamações que eu já estou cansada de ouvir. é sempre a mesma coisa, porque para eles é um vício ou uma doença. eu gosto de pensar que é um grande coração.
sai de casa e fui direto para a rua. abri o portão e desci até a penúltima casa. até não aguentar mais estalar os dedos e ter as lagrimas me impedindo de gritar seu nome ou qualquer outra coisa. eu não queria voltar pra casa, eu não queria ter que enfrentar as pessoas me confrontando por chorar a perda de alguém que amei mais que muitos. alguém que para eles é algo. cogitei a ideia de descer até a ultima casa, mas não o fiz. ela estava em reforma e cheia de escombros. sempre tive medo de lugares assim.
subi a rua mais lentamente que pude, e permiti que as lagrimas escorressem. entrei pelo portão e 3 dos meus gatos aparecem correndo em minha direção, os evitei, ou pelo menos tentei. fui para o fundo da casa chorar sozinha. eles me seguiram, ficaram envolta de mim, e me deram carinho. pode ser que você que esteja lendo isso ache que, como a maioria das pessoas alienadas, gatos não dão carinho, são maldosos e interesseiros. eu recebo mais carinho deles do que das pessoas.
depois de meia hora chorando, olhando pro fundo do quintal marrom, com as lagrimas ja secas no meu rosto, me levantei e meus pequenos foram me seguindo. entrei em casa, parando antes para olhar o lugar preferido dela. nada, ninguém. fui direto para o quarto deitar na cama e esperar que ela voltasse.
ainda estou esperando. e vou continuar por pelo menos 2 meses.
pior que do sentir saudade de quem ja se foi, é não saber ao certo se essa pessoa vai voltar ou não. os malditos 50% matemáticos que definem a melhor coisa que pode me acontecer, ou a pior. são dois extremos que eu vou ter aceitar.
eu estou com o telefone do meu lado 24 horas, esperando minha avó me ligar e dizer: "ela voltou. a sua neguinha voltou pra casa." pode ter certeza que quando eu ouvir isso, eu vou ser a pessoa mais feliz desse mundo.
por enquanto eu estou desabando em lagrimas, até não restarem mais, esperando que ela volte.

16 agosto 2011

mudanças

“Eu acredito que tudo acontece por um motivo. As pessoas mudam para que você possa aprender a deixá-las, as coisas dão errado para que você possa dar valor a elas quando estiverem certas, você acredita em mentiras e eventualmente aprende a confiar em ninguém exceto você mesmo e as vezes coisas boas dão errado para que coisas melhores possam dar certo”

07 agosto 2011

incerteza

tem um sentimento que fica latejando dentro de você até te desgastar, o suficiente pra te fazer pirar. ele deixa você cada vez mais louco e faz com que você pense coisas que não fazem o menor sentido. hoje eu tive uma sequência de pesadelos, um seguido do outro, até o momento em que eu nem quis voltar a dormir. no primeiro minha vida estava em jogo, e o desespero estava me consumindo, não conseguia simplesmente suportar a ideia de ter as horas contadas e ao mesmo tempo a incerteza de quantas horas seriam, apenas sabia que não tinha muito tempo. foi o sonho mais absurdo da minha vida, eu estava sem órgão algum, eu tinha apenas meu coração e ele estava parando de bater.
acordei ofegante. não conseguia me acalmar, parecia tudo tão real. voltei a dormir depois de um copo d'água. agora era a vida de outra pessoa que estava em jogo e eu deveria salva-la. no inicio parecia tudo uma aventura, até que tudo começou a dar errado. parecia o filme premonição. mais uma vez sentia meu coração acelerado, só que desta vez, tinha consciência de que era um pesadelo. não podia acordar, no entanto, precisava salvar aquela vida que é tão importante para mim.
o pesadelo começou a parecer sonho, as coisas foram dando certo, e seguimos para o casamento da minha prima, engraçado como tudo parecia tão real. a cerimonia começou com um numero teatral de thriller- micheal jackson-, pessoas com maquiagens medonhas tornavam o casamento o mais incomum de todos. minha irmã que sentava do meu lado se levantou e foi fazer o discurso de madrinha. um menino tomou o seu lugar, seu rosto não me era estranho mas eu não o conhecia, eu tinha certeza disso (e ainda tenho!). ele pegou na minha mão e me beijou, como se aquilo fosse a coisa mais normal de todas. nessa hora meu mundo desabou.
precisava acordar daquele pesadelo, aquele não era você, porque estávamos com as mãos entrelaçadas? queria sair daquela visão,mas simplesmente não conseguia. me forçei a olhá-lo e exigi que aquele fosse você. não era! briguei com ele e reclamei, e xinguei, e sai correndo dali. eu precisava acordar, eu necessitava!
o encontrei em uma sala pequena, ele ligava para sua esposa,- sim, sua esposa!!!!!!!!!!!
eu o contei que não estava entendo o que havia acontecido, que eu tinha um namorado e que eu o amava muito, que ele não deveria ter me beijado. ele então se levantou, me abraçou e falou que ficaria tudo bem. me mostrou uma foto da ex-esposa dele, ela havia terminado com ele, e falou que não esperava a hora de me ter como esposa.
acordei com o maior desespero da minha vida, não conseguia respirar direito e minha cabeça rodava. eu só precisava falar com você, pra tudo ficar bem. para eu esquecer desses sonhos malditos!