26 fevereiro 2011

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não há nada que eu possa fazer, a inspiração não vem quando eu to pensando em você. não tem como escrever nada, a não ser, assumir pra quem quiser ler, que eu sou louca por você.

24 fevereiro 2011

Bela

 Acordei mais uma vez atrasada pro trabalho, que novidade, era só o que havia fazendo a alguns meses. A idéia de passar a madrugada revisando roteiros e editando falas mal colocadas ou mal escritas, era a melhor opção sabendo que a madrugada seria minha única companhia. Dormir era quase impossível, e as olheiras embaixo de meus olhos já eram a prova física da minha exaustão. Me levantei lentamente e  me arrastei ao banheiro, o que era incrivelmente fácil. O meu apartamento, não era o que se pode chamar realmente de apartamento, na minha família chamariam de no mínimo, um apertamento – menor impossível- mas era o que dava pra alugar.

 Enquanto a água escorria pelo meu corpo a realidade foi tomando conta de mim.  Muitas vezes era difícil separá-la do trabalho. Editar filmes e dirigi-los sempre foi um sonho, mas uma vez dentro dele, as verdades se misturavam.  O filme que era protagonizados por atores amadores e desconhecidos, era chamado de Adorável Psicose. O vice-diretor era um inglês que buscava por uma carreira renomada,  mas não sabia lidar com os atores e nem com ninguém da produção, era eu a responsável por absolutamente tudo. Não podia reclamar, no entanto, educada a sempre ser grata pelo que tinha,  nunca abri a boca para maldizer aquilo que possuía.

 Terminei o banho e me arrumei para mais um dia longo de trabalho. Arrumei minha pasta e desci. No elevador encontrei minha vizinha, uma velha gorda que só reclamava comigo: “ o que uma menina nova e bonita como você esta fazendo em pleno século XXI trabalhando como diretora de filme? Deveria ser modelo, isso sim que dá dinheiro! “. Não podia negar que estava certa, mas ser modelo não era uma opção, e afinal, eu cresci ouvindo que arte era importante para sua vida, e a arte do futuro é o cinema.

 Uma vez, em dia em que os hormônios falavam mais alto,  a confrontei. Disse-lhe: “ eu faço arte! Um dia você vai me ver recebendo um Oscar pelo filme preferido dos seus netos! “ . Em momento algum olhei-a nos olhos. Era quase impossível pra mim confrontar alguém e fazer isso racionalmente. Olhá-la nos olhos, era algo fora de questão.  Sai do elevador e como de costume lhe desejei um bom dia. Era a única coisa que podia desejar a alguém como ela.

 Desci as escadas da portaria, abri meu guarda-chuva, -sim, estava chovendo em Londres, que novidade- e encarei o caminho a pé para o trabalho.  Andar sempre me relaxou, era um momento em que pensava na vida e observava aqueles que por mim, passavam. Buscava analisar suas expressões e tentar passá-las aos atores, para que parecesse o mais real possível no filme. Afinal, é isso que todo mundo quer, assistir a um filme e se sentir totalmente dentro dele, esquecer do mundo la fora e apenas viver naquela história, porque sabe que la existe um final feliz.

 Não era verdade, devo-lhe contar. Nem todos os filmes tinham um final feliz.  O filme da minha vida não tinha.  Quinze minutos de um andar apressado, cheguei ao set de filmagens. Cumprimentei todos com um sorriso no rosto, a idéia era passar para eles que tudo estava ocorrendo bem e que seria um filme de sucesso. Não podia garantir aquilo, mas queria fazê-los acreditar.

 O vice-diretor inglês de quem lhes havia contado antes, veio até mim, e eu pude adivinhar que com ele vinham problemas.

-                Alice, a assistente de maquiagem do setor 3 trouxe sua filha. Tire-a do set agora! Não quero crianças atrapalhando o meu trabalho.

 Respirei fundo e fiz que sim com a cabeça. Qual o problema daquele homem? É apenas uma criança, meu Deus! Cheguei a sala de maquiagem e me deparei com  uma criança simplesmente linda. Ela tinha a pele branca e as bochechas rosadas de frio, seu cabelo era liso e escuro e seus olhos tinham cor de mel. Assim que a vi, não pude conter um sorriso, e com um sorriso de orelha a orelha ela veio na minha direção e me abraçou.

-                Oi! Qual é o seu nome? - disse

-                Bela. E o seu é Alice, você é a diretora desse filme de sucesso, e eu quero ser igual a você quando eu crescer.

-                Pra quê? Seja você mesma. Uma menina linda como você não tem que querer ser ninguém além de si própria. – muito menos alguém como eu, pensei.

-                Mas eu quero ser uma diretora de sucesso também!

-                Quer dizer então, que você gosta de cinema?

-                AMO! – aquela foi a resposta que eu precisava ouvir.

 Olhava para aquela menina e me via dentro dos seus olhos. Aquilo era como um espelho do passado. Seu sorriso, sua animação e a vontade de aprender tudo sobre aquilo que amava. Perguntei a sua mãe se ela se importaria de deixar a pequena Bela comigo para que pudesse mostrar todos os lugares e as coisas legais que se fazia em um set de gravação, com um olhar de agradecimento estampado no rosto, dei as mãos com o meu passado e sai.

 Apresentei- lhe a área de efeitos especiais, de edição das cenas, o setor de arte gráfica- ela pirou la dentro, assim como eu havia feito na minha primeira vez- a área das gravações e o meu lugar preferido, a sala das câmeras. Ensinei-a a mexer com uma câmera filmadora profissional, e a editar a sonoplastia da cena. Via como seus olhos brilhavam e como ela amava tudo aquilo. Lembrei do meu amor pelo meu trabalho, e como ele foi se desgastando a cada noite mal dormida.

 No fim do dia, estávamos as duas muito cansadas. Levei-a de volta para sua mãe que agradeceu incansavelmente por ter ocupado ela durante o dia.  Continuei  editando as ultimas cenas gravadas e dispensei o pessoal da produção.  Como sempre, fui a última a sair dali.

 Bela passou a ir todos os dias para o set com a mãe, e eu passei a me divertir. Voltei a minha infância e a com ela, minha paixão por filmes. Meu humor era outro, sorria até pra velha gorda que morava no meu prédio. Os dias passavam e os problemas com a produtora aumentavam. Até chegar o dia em que aquele idiota daquele inglês imprestável, se demitiu e eu tive que assumir tudo sozinha. O pânico tomava conta de mim. Sabia que não conseguiria fazer tudo, e a minha companhia de sempre, por algum motivo, ainda desconhecido, não ia mais ao set.

 A única vez que arranjei tempo para falar com sua mãe, apenas ouvi uma resposta curta e grossa, totalmente inesperada:

-                Ela tem que parar de sonhar que algum dia vai ser como você. As gravações estão acabando e ela só vai sofrer mais. Prefiro que não venha.

 Aquelas palavras me machucaram como uma faca entrando no meio peito. Era possível alguém ser tão egoísta?  Não sabia o que estava acontecendo, mas podia sentir que aquilo não era inteiramente verdade. E eu, determinada e insistente, não iria desistir até descobrir a verdade, ainda que tivesse que me dividir em 3 pra fazer tudo o que pretendia.

 Alguns dias depois, tudo estava menos caótico, havia contratado outro vice-diretor, esse um americano que fazia até mais do que precisava. Os problemas financeiros da produtora estavam quase todos resolvidos, e agora só faltava eu encontrar com o meu passado e trazer ele de volta. Fui até a sala de maquiagem, coisa que a algum tempo já não fazia, e vi aquela moça de pele clara, que dias antes havia sido inesperadamente grossa, sentada chorando. Corri até ela e quase sem conseguir falar, balbuciou:

-                A Bela não me acompanha mais porque ela está internada no hospital, ela tem leucemia e a doença atacou novamente. – aquilo foi um choque pra mim. Outra facada. Dessa vez, mais profunda.

-                Calma, vai ficar tudo bem, você vai ver. – tentava me convencer do mesmo.

-                Eu queria poder dizer isso, mas não temos dinheiro para o tratamento e se não fizermos nada...

 Não foi preciso mais nada para que me dispusesse a ajudar no tratamento. Sabia que os meus problemas eram grandes mas não podia arriscar perder aquela criança que me fez sorrir de novo. Ela era minha única amiga de verdade, ela me entendia, e ela tinha apenas 7 anos, tinha muita coisa pra viver ainda e aprender, ela ainda tinha um sonho para realizar.

 Passei a freqüentar o hospital mais que minha própria casa, e assim que o filme ficou pronto e saiu em cartaz, o meu primeiro lucro foi todo voltado para o seu tratamento, inclusive o pouco dinheiro que me restou eu gastei em uma câmera filmadora que lhe dei de natal.  Muitas vezes era preciso insistir para sua mãe que aceitasse o dinheiro, mas nada que não fosse negociável.  A sua recuperação foi lenta, mas já podia ver aquela felicidade em seu rosto novamente. As bochechas rosadas e o sorriso sincero se tornaram cada vez mais constantes.

 O ano se fechou com um sucesso de bilheteria , duas novas amizades, e a minha felicidade de volta. Eu sei que apesar das complicações, hoje, eu nada seria sem a Adorável Psicose.

 

 

18 fevereiro 2011

today, I would have kissed you.

daniel

you're not here anymore, and yet, i need you. need you to heal my heart, like you have always done. :/ the moon outside is shining for us love, where are you?

15 fevereiro 2011

pra que?

pra que tudo isso, sério? você  deve se sentir o máximo fazendo isso né? afinal você é sempre melhor que eu. parabéns.

04 fevereiro 2011

você é responsável por isso.

foi você que me deu força nesse tempo, de certa forma, engraçado. uma passagem na minha vida que foi reservado para conhecer mais pessoas as quais posso conversar abertamente sobre assuntos absurdos. já tinha amigos assim, um mora aqui na minha cidade. o outro na suiça, e agora tenho na capital. é, eu praticamente perdi outro amigo, mas sabe, não sinto tanta falta. depois que você vê que as pessoas falam sem base nenhuma até que tenta compreender, mas claro, depois de sentir a dor de algumas mentiras. Enfim, sua maneira impulsiva só me deixa a certeza que você é sincera comigo, que ganhei um amigo pelo que realmente é. uma pessoa tão tosca que possue um blog, né? (: eu sempre pedi a Deus que me desse amigos, você foi um presente. não é aquela paz que se ouve em músicas de emo ou aquele amor nas de pagode. é simplismente: chão? por mais amiga que você seja, quero dizer, aquelas de sair, você é essencial agora na construções de ideologias e pensamentos que podem mudar o mundo. pelo menos, assim espero. algo tão diferente merecia um post. é, um post diferente, para uma pessoa diferente. muito diferente que a maioria que fala contigo consegue imaginar e eu valorizo isso. obrigado por ajudar a gastar meu tempo em coisas boas. obrigado pela grandeza. não tenho muito o que falar, não quero impressionar, só quero ser simples e direto. obrigado por ser minha amiga.

03 fevereiro 2011

inconsciente e inconsequente.

é assim que o cérebro humano funciona. não de todos os seres humanos, mas daqueles privilegiados, que têm o dom de fazer e falar coisas sem pensar. esses privilegiados são chamados de impulsivos. sim, eu estou entre eles, se é isso que queres saber. não é sempre que sou impulsiva, claro. certas coisas demandam mais tempo e reflexão acerca delas, e por isso requerem um pouco mais de cuidado. certas pessoas também, são muito delicadas e por isso tento me manter afastada delas sempre que possível. em momento algum, minha intenção é te machucar, saiba, mas as vezes isso acontece. o impulso é algo que a gente não controla, ele simplesmente escapa. ele passa pelas nossas mãos e pelos nossos lábios de tal maneira, que não se pode evitar. falar o que der na telha, falar coisas desnecessárias, brigar sem motivo... tudo isso é bem característico de uma pessoa como eu. mas o mais importante de todos, e geralmente o que me traz mais problema, é falar sem pensar. esse é o meu bicho-papão. é com ele que eu machuco as pessoas queridas e é com ele, aliado ao meu orgulho, que eu as perco e  não tenho elas de volta. esse jeito de ser, pensar e agir, é tudo culpa do seu e do meu inconsciente, da nossa cabeça, de quem a gente realmente é. por isso, me desculpe.

02 fevereiro 2011

17.10.2013

Enquanto fingia ouvir meu chefe brigando comigo, sentia os olhares pelas minhas costas. eles deviam estar todos imaginando: intercambista... não faz nada direito. os olhares de reprovação pairavam sobre o ar, o frio na barriga subia e a vontade louca de largar tudo vinha com ele. trabalho maldito! porque fui inventar de fazer isso? a sim, já sei. pagar a minha acomodação da faculdade. é, eu não podia reclamar, estava aonde queria, no lugar que eu amava e fazendo o que eu gostava (com excessão desse trabalho, claro).  desejei para passar logo o dia, mas não estava funcionando. não somos câmeras, ou filmes, ou aparelhos de DVD. droga! podíamos ser. 
continuei andando e ignorando aquela voz estridente que gritava comigo. peguei  o próximo prato e fui servir a mesa 26. um casal muito simpático me cumprimentou, agradeceu, e a mulher olhou para mim com olhos de pena, pura pena. é, alguém tinha que ter. quando o expediente acabou corri pra me trocar e sair daquele lugar o mais rápido possível.
Peguei o metro procurando por pessoas desconhecidas e me senti mais sozinha que nunca, aquele lugar lotado de pessoas, pessoas de todos os tipos, generos e classe social. todo mundo estava lá, menos você.  cheguei ao meu apartamento, liguei o som no maximo sem me importar com os vizinhos que pudessem reclamar. abrir a geladeira e nada. apenas agua... melhor que nada. liguei para uma pizzaria qualquer e fui tomar banho. liguei o chuveiro e esperei a agua esquentar. molhei meu pé, depois minha mão e depois encarei de corpo inteiro. senti cada gota escorrer pelo meu corpo, cada gota d'agua morna. nao me demorei muito porque sabia que nao escutaria o cara com a pizza.  coloquei um pijama bem quentinho e me sentei em frente ao computador, esperando noticias suas. a campainha tocou e eu me apressei até a porta. estava faminta. abrir a porta e recebi o melhor presente de todos. além de uma pizza, eu recebi você.  peguei a pizza das suas mãos, coloquei-a sobre o balcão e me joguei em seus braços. eu estava morrendo sem você. aquela foi a melhor pizza. (: